sexta-feira, 22 de março de 2013

AGRADEÇA A DEUS
Gracinda Calado
Agradeça a Deus pela noite que passou e o  dia que se levanta.
Agradeça pelo calor do sol e pelo brilho das estrelas em noite de luar.
Olhe-se no espelho e sorria, porque você está viva, com saúde e sorrindo!
Você que é bela e a todos encanta não pode ficar triste.
Alimente sua alma com a esperança e o amor que brota em seu coração.
Comemore a vida, cante as belezas da natureza e das flores dos jardins.
Lave sua alma das impurezas dos maus sentimentos e das amarguras.
Lave as sujeiras que atrapalham sua visão cósmica.
Veja o mundo como ele é e como Deus se preocupou com você ao criá-lo.
Não deixe que as pequenas coisas do dia a dia estraguem seu humor,
Elas fazem parte da vida dos mortais.
Não viva radicalmente do passado, não sofra por aquilo que não volta mais.
Sorria para o espelho, converse com ele como se fosse para você mesma.
Proteja-se dos males do corpo e da alma e adore a vida, que ela é bela.
Diga palavras doces e amáveis, abrace as pessoas que você ama.
Procure sentir o prazer de viver nos braços de Jesus, apenas com uma oração.
Erga a cabeça e dê uma volta por cima desta sua tristeza.
Renove-se. Saia por aí cantando, enxugue as lágrimas que molham seu rosto.
Proporcione ao seu coração a imensa felicidade de amar.
Saia por aí gritando: ”como é linda a vida”!
TARDE FRIA (Memórias de Baturité)
Gracinda Calado
A tarde ia caindo, e o dia despedia-se da terra!
Um vento frio prenunciava uma noite fresca nos rincões da serra e a serração estendia-se por sobre os montes verdes, floridos, e chegava ao sopé da cordilheira.
Na cidade as luzes eram acesas anunciando que a noite chegara cedo.
Nas praças e jardins as pessoas se encontravam, passeavam pra lá e pra cá!
Muitas vezes era necessário um bom agasalho para amenizar o frio. Algumas gostavam daquela temperatura amena que preparava a todos para um sono tranqüilo. Aos poucos a rua ia ficando mais calma, não se ouvia grandes ruídos.
Nas caladas da noite, às vezes, só ouvíamos os latidos dos cães ou o pio das corujas agasalhando seus filhotes.
Nas ruas cheias de sombras dos benjamins que enfeitavam a cidade, passávamos em paz, enquanto o vento urgia nas folhagens verdes das árvores trazendo de longe o perfume das flores do campo e dos jasmins.
A noite era clara, mas o frio em nossa pele convidava-nos ao aconchego das cobertas. As luzes das casas já se apagavam lentamente, e dentro de alguns lares sentia-se o cheiro do café que era tomado para esquentar o frio.
Tudo isso nos lembra nossa terra, quando éramos pequenos e sentíamos a cor e o perfume da natureza que se derramava toda para nos beneficiar com sua beleza! Nos jardins as flores orvalhadas desabrochavam exibindo sua magia natural. Os bichinhos e as borboletas iam ao encontro da luz e fugiam do escuro para beijar outras flores...
Felizes somos nós que sorvemos desses sabores naturais e sabemos o que é bom e verdadeiro em nossas vidas.